POEMAS DEL PORTUGUÉS GONÇALO SALVADO. DIBUJOS DE FRANCISCO SIMÕES Y TRADUCCIONES DE A. P. ALENCART

 

 

 

1 El poeta Gonçalo Salvado (foto Florinda Baptista Carrega)

  El poeta Gonçalo Salvado (foto Florinda Baptista Carrega)

 

 

Crear en Salamanca se complace en publicar algunos poemas de Gonçalo Salvado traducidos por el poeta A. P. Alencart. Salvado  nació en 1967 en Lisboa, donde reside, habiendo pasado toda a su infancia y juventud en Castelo Branco. Licenciado en Filosofía por la Universidad Católica Portuguesa de Lisboa, ha buscado afirmarse como un poeta exclusivo de lo erótico y de lo femenino. Tiene publicados catorce libros de poesía: Quando (1996); Embriaguez (2001); Iridescências (2002); Encontro ao Luar (2003); Cântico dos Cânticos – Poema (2007); Duplo Esplendor (2008), libro destacado por el periódico Diário de Notícias como uno de los cuatro mejores libros de poesía de 2008; Entre a Vinha (2010); Corpo Todo (2010); Ardentia (2011); Seminal (2012); Outra Nudez (2014); Voluptuário (2015); Cântico dos Cânticos (2016), libro em edição bilingue português/hebraico; Rubá’iyat Poemas do Amor e do Vinho (2017), el primer libro/botella editado en Portugal y Denudata (2018). Sus livros têm sido ilustrados por artistas e fotógrafos como Manuel Cargaleiro, João Cutileiro, José Rodrigues, Francisco Simões, Ribeiro Farinha, Rico Sequeira, Ambrósio Ferreira, Manuel Magalhães, Xavier e José Miguel Jacinto, entre otros. Como antólogo, publicó en 1999, a transcriação Camões Amor Somente. También Cerejas – Poemas de Amor de Autores Portugueses Contemporâneos (2004); Tarde Azul – Poemas de Amor de Saúl Dias, Desenhos de Julio (2008)l; Cem Poemas (de Morrer) de Amor e Uma Cantiga Partindo-se – Antologia de Homenagem a João Roiz de Castelo Branco na Poesia de Língua Portuguesa (2017). En 2013, la União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro le concedió, por el conjunto de su obra poética, el Premio Sophia de Mello Breyner Andresen.

 

 

 

2 Foto Florinda Baptista Carrega

Foto Florinda Baptista Carrega

 

 

Esta selección de poemas se ha tomado del último libro de Gonçalo Salvado, “Desnudata”  (RVJ – Editores y Câmara Municipal de Castelo Branco, Portugal, 2017), con dibujos de Francisco Simoes y fotografías de Manuel Magalhaes. Tiene prefacio Carlos Nejar y texto de apertura de Maria Joao Fernandes. El poemario se presentóel pasado 1 de julio, en la Casa Amarela de Castelo Branco.

 

 

 

3 João Carrega, Carlos Semedo, Pedro Mexia, Maria João Fernandes y Gonçalo Salvado (Foto de Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata)

João Carrega, Carlos Semedo, Pedro Mexia, Maria João Fernandes y Gonçalo Salvado (Foto de Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata)

 

DESNUDATA

 

 

Se fosses uma flor

dispensarias o orvalho

tão húmida que és

 

Si fueses una flor

ofrecerías el rocío

de tan húmeda que eres

 

 

 

Seria deserto

só para ter-te

como miragem

 

Sería desierto

solo para tenerte

como oasis

 

 

 

2

 

 

 

 

 

Como encontrar dentro do vinho

a embriaguez

que só o teu corpo me pode revelar?

 

 

Cómo hallar en medio del vino

la embriaguez

que solo tu cuerpo me puede revelar

 

 

 

 

Fossem tuas carícias

minha única veste

 

 

Fuesen tus caricias

mi único vestido

 

4

 

 

 

 

Quando teu corpo nu contemplo

julgo ver resplandecer

a luz toda do firmamento

 

 

Cuando aprecio tu cuerpo desnudo

creo ver brillar

toda la luz del firmamento

 

 

 

 

5

 

 

 

 

Com as uvas

do teu corpo

 

fiz o vino

 

com o qual

me embriago

 

 

Con las uvas

de tu cuerpo

 

hice el vino

 

con el cual

me embriago

 

 

 

 

 

Mais aumenta a minha sede

quando sorvo a sorvo

bebo o teu corpo inteiro

 

 

Tengo más sed

cuando sorbo a sorbo

bebo tu cuerpo entero

 

 

 

 

 

6

 

 

 

 

Teu corpo:

 

minha morada

para sempre

 

ainda que dê

outro endereço

 

 

Tu cuerpo:

 

mi casa

para siempre

 

aunque de

otra dirección

 

 

 

 

 

 

7 Pedro Mexia y Gonçalo Salvado (foto Florinda Baptista Carrega)

Pedro Mexia y Gonçalo Salvado (foto Florinda Baptista Carrega)

 

 

 

Esta noite

não precisei de contemplar as estrelas:

teu corpo brilhou na treva

como um firmamento

 

 

Esta noche

no necesité contemplar las estrellas:

tu cuerpo brilló en la oscuridad

como un firmamento

 

 

 

Fico a salvo de todos os naufrágios

quando no oceano do teu corpo me afogo

 

 

Quedo a salvo de todos los naufragios

cuando me ahogo en el océano de tu cuerpo

 

 

 

 

8

 

 

 

 

 

Como a pedra

espera

seu manto

de musgo

 

e o muro

a hera

que o enlaçe

 

assim aguardo

o teu abraço

 

 

 

Como la piedra

espera

su capa

de musgo

 

y el muro

la hiedra

que lo cubra

 

así aguardo

tu abrazo

 

 

 

9

 

 

 

 

 

Não choro o Éden Perdido

desde que o teu corpo possuo

como Paraíso

 

No lloro el Edén perdido

desde que poseo tu cuerpo

como Paraíso

 

 

Deus ofereceu-me o teu corpo

para que eu cante a alvorada

em cada um dos meus versos

 

 

Dios me ofreció tu cuerpo

para que yo cante el amanecer

en cada uno de mis versos

 

 

 

 

10 Portada de Desnudata

 

Portada de Desnudata

 

 

Viajo por todos os mares do mundo

quando ancoro o meu corpo no teu

 

 

Viajo por todos los mares del mundo

cuando anclo mi cuerpo en el tuyo

 

 

 

Por mais que do teu corpo

conheça todos os recantos

estreio nele sempre novos caminos

 

Por más que de tu cuerpo

conozca todas las esquinas

siempre estreno nuevas rutas en él

 

 

11 João Carrega, Carlos Semedo, Pedro Mexia, Maria João Fernandes y Gonçalo SalvadoFoto Florinda Baptista Carrega

João Carrega, Carlos Semedo, Pedro Mexia, Maria João Fernandes y Gonçalo SalvadoFoto Florinda Baptista Carrega

 

 

 

 

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